A parábola do anel em sua obra de arte

Hoje, um cliente em especial que nos enviou a solicitação para a certificação de uma de suas obras, nos disse que gostaria de saber quais seriam os procedimentos necessários para a confecção do laudo para a emissão de um CAP – Certificado de Autenticidade PRONEC, como o básico já é solicitado em nosso formulário efetuamos uma nova avaliação do conteúdo, onde o mesmo apontava um link de um marketplace onde a obra estava anunciada em um valor aproximado de 400 mil reais, o curioso é o nicho de perguntas onde na realidade muitos internautas praticamente zombam da arte e de seu valor com comentários esdrúxulos e até mesmo engraçados, é claro que para um tolo isto é muito dinheiro, mas um sábio é possível compreender isto como um bom investimento. Não vamos citar a obra e nem mesmo o link do anúncio até porque não temos esta autorização do proprietário, mas a questão nos levou a lembrar da parábola do anel, que diz mais ou menos no seguinte…

Quanto você vale? Ou em nosso caso, quanto vale a sua obra?

A parábola do anel trata de um rapaz que se sentia desvalorizado e assim o mesmo procurou um sábio de sua vila, e disse…

– Sábio, vim aqui porque me sinto tão pouca coisa, que nem mesmo tenho forças para fazer nada. Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?

O sábio, sem olhá-lo, disse:

– Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver os meus próprios problemas. Talvez em uma outra hora eu lhe ajude. 

E fazendo uma pausa, disse:

– Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais agilidade e depois talvez possa te ajudar.

– Cla… claro, sábio, gaguejou o jovem, que se sentiu outra vez descartado e desvalorizado, mas não hesitou em ajudar o sábio, que tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse:

– Pegue sua bicicleta e vá até a feira. Quero vender esse anel porque
tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que 1.000 reais. Vá e volte com os 1.000 reais o mais rápido possível. 

O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou a feira, começou a oferecer o anel aos feirantes e transeuntes. Eles até olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto queria pelo anel. Quando o jovem mencionava 1.000 reais, alguns riam, outros saíam sem ao menos olhar para ele, mas só um senhor de idade foi amável a ponto de explicar que 1.000 reais era muito dinheiro para comprar apenas um anel. Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer 100 reais, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que 1.000 reais e recusava todas as ofertas.

Depois de oferecer a joia a todos que passaram pela feira, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter 1.000 reais para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação do sábio e assim podendo receber a sua ajuda e conselhos. Quando voltou, entrou na casa e disse:

– Sábio, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 100 ou 200 reais, mas acho que não posso enganar ninguém sobre o valor do anel. 

– Importante o que disse, meu jovem, contestou o sábio sorridente. – Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a pegar a sua bicicleta e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vendê-lo e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.

Assim, o jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou-o com uma lupa, avaliou as pedras, pesou-o e disse:

– Se quiser vender agora, não posso dar mais que 58.000 reais pelo anel. 

O jovem, surpreso, exclamou:

– 58 MIL REAIS!!!

– Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo poderia oferecer cerca de 70 mil, mas se a venda é urgente…

O jovem recusou a oferta como o sábio havia lhe recomendado e correu emocionado para a casa do sábio para contar o que ocorreu.

– Sente-se, disse o sábio, e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:  

– Você é como esse anel, uma joia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um profissional. Não pense que qualquer possa descobrir o seu verdadeiro valor?

E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

– Todos somos como esta joia. Valiosos e únicos e andamos pelas feiras da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.

Da mesma forma é uma obra de arte valiosa exposta a venda em um marketplace, pode até passar um profissional por ali e valorizar a sua obra mas de modo geral não terá uma boa avaliação. Quando você cria o CAP – Certificado de Autenticidade PRONEC de seu item o mesmo é avaliado permanentemente, tando pelo autor e familiares, como por seus proprietários novos e antigos, tudo contribuindo para a formação de um histórico da obra valorizando-a em seu contexto geral mesmo que para uns a sua obra se pareça “Isso ai é uma folha dobrada e velha, tem ate a marca das dobras” para outros a mesma vale cada centavo.

Vale lembrarmos aqui do Abaporu por autoria de Tarsila do Amaral em 1928 com a técnica de óleo sobre tela, nas dimensões de 85cm x 72cm.

Esta é uma das principais obras do período antropofágico do movimento modernista no Brasil. Foi comprada pelo colecionador argentino Eduardo Costantini por US$ 2,5 milhões, em 1995 em um leilão realizado na Christies, a mesma obra anteriormente pertencia ao empresário brasileiro Raul Forbes desde 1985.

Certamente um tolo iria imaginar, que o argentino Eduardo Costantini foi infeliz em sua aquisição e que o empresário Raul Forbes era um desequilibrado em pedir este valor, mas que teve muita sorte, mas na realidade não é bem assim, pois atualmente, a obra encontra-se exposta no Museu de arte latino-americana de Buenos Aires (MALBA) e é a tela brasileira mais valorizada no mercado mundial das artes, com valor estimado de US$ 45 milhões.

Como prova, veja abaixo o vídeo de um quadro original de Di Cavalcanti na Praça Benedito Calixto em São Paulo, exposto por mais de 7 horas sem que houvesse alguém que o reconhecesse ou que se interessa-se pelo mesmo.

Anexos

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