Inos Corradin

O artista Inos Corradin tinha habilidades de gravador, desenhista, cenógrafo, escultor e pintor brasileiro, porém nascido na Itália, se identificou profundamente com a Bahia em seus trabalhos. Suas obras de artes e o entusiasmo que tinha pela Bahia o fez merecer um texto dedicado por Jorge Amado, que fala a respeito de suas pinturas:

“A pintura de Inos Corradin é uma dádiva feita de infância e magia, uma luz e uma sombra que nos envolve e nos fazem sonhar.
São telas diante das quais ficamos com vontade de nos deter, presos a beleza obtida pelo conhecimento e pela experiência da vida. As matérias misteriosas que com que o pintor cria o mundo mágico, nos fascinam. Do menino, dos vasos, da casa branca, das dunas de areia decorre a poesia e nasce a fonte da ternura. É como se nós fizéssemos parte de sua criação.”

Jorge Amado.

O que dizer de um homem que, ao nascer, parecia estar predestinado a emprestar a sua vida a arte e oferecer a graça e sua genialidade refletida em desenhos, pinturas e esculturas? Muitas de suas obras retratam o humor que a vida tem, ou deveria ter sempre: a contemplação das formas e cores, o lúdico. A felicidade nunca é plena, assim como a tristeza não o é. Mas, aqueles que são dotados do dom de fazer rir, se colocam em um patamar pleno, pois além de serem alegres, querem nos alegrar.

Segundo C. Fasan, Inos Corradin, pintor de renome internacional, com obras espalhadas pelo mundo, nasceu em Vogogna – Piemonte,  Itália. Com poucos meses, foi com seus pais para Montreaux – Suíça Francesa, onde permaneceu até os cinco anos. Depois, a família voltou para a Itália – Castelbaldo, Província de Padova. Inos passou a infância e a juventude nesta pequena cidade até os vinte e um anos, quando, novamente acompanhado dos pais vem para o Brasil.

A origem veneta e as raízes culturais no vasto plano atravessado pelo Rio Ádige, entre Padova, Verona, Mântova e Rovigo, bem como o novo visual que ele vislumbra ao chegar ao Brasil, certamente significaram muito na memória profunda de Inos.  Essa vivência e seu olhar especial diante da vida se traduzem na riqueza de sua obra, na sua fantástica criatividade e na ludicidade de sua comunicação artística com o mundo e as pessoas.

A primeira mostra  individual ocorre na Galeria Oxumaré da Bahia, em l953. Ao longo desses anos de muito trabalho, foram inúmeras as exposições que fez pelo Brasil e pelo mundo afora. Estados Unidos, Argentina, Canadá, Alemanha, Áustria, Itália, Suíça, Israel, Uruguai, França, Holanda, entre outros países. Sua trajetória ao longo desses mais de 50 anos o situa entre os grandes artistas brasileiros da atualidade. Em suas obras, sempre a marca registrada de um estilo e uma linguagem peculiar que nos permite identificar: é INOS.

Inos Corradin foi também convidado pela ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) a criar um selo comemorativo para imortalizar a data de três séculos e meio da formosa, linda e exuberante cidade de Jundiaí.

Mais tarde decide escrever suas experiências humanas e torna-se escritor com diversas obras reconhecidas e editadas em diversos países, além de ilustrar livros de autores renomados.

O ser humano Inos Corradin um mero mortal, mas a sua arte foi imortalizada traduzindo a sua paixão e ideologia por um mundo melhor, por paz, amor e carinho.

Suas obras percorreram o mundo inteiro em grandes exposições, além de desfilar entre os grandes pintores de sua época e sempre foram disputadas pelos maiores colecionadores de arte do mundo, que juram colecionar obras de um Semi Deus das artes.

Uma flor, um barco, um  coração!

Uma mistura de infância e magia entre luzes e sombras que nos envolve e nos fazem sonhar…  Telas, que nos obrigam a uma contemplação demorada, no enlevo da beleza que a sabedoria e as experiências de vida suscitam. A matéria misteriosa que o artista utiliza para criar seu mundo real e mágico nos habilita e fascina!  De um menino, a cenas de circo, músicos, e as brincadeiras dos gatos, um cavalinho de pau, bolas, vasos, a casa branca, as dunas, o mar, a arte onde da tela branca, desabrocha a poesia, desponta a primavera de ternura, atua como se fossemos parte de sua criação, a interiorização do sentimento. E no despertar de um Don humano, a moral da história é julgada por aqueles que acreditam que a humanidade é capaz de superar os contos que foram contados, e que cada ser humano é capaz de se tornar um deus na perfeição de seus atos, basta acreditar, basta querer, basta sonhar…

Falar de Inos Corradin em décadas de vida artística é falar de uma mente brilhante, de “um brasileiro nascido na Itália, cujas obras apresentam um fascínio das tradições das cores, da imutabilidade da vida, um romantismo difuso que transpira de seus quadros ultrapassando a angústia e a solidão”.

Como um artista figurativista, dedicou-se a paisagens, naturezas-mortas e figuras, tratadas estilizadamente, com cores e tons iluminados. Passou a infância e adolescência em Castelbaldo, província de Padova, onde teve aulas de pintura com Tardivello. Em 1947 trabalhou em um monumento em homenagem aos mártires da resistência italiana contra o fascismo, erguido em Castelbado. Mudou-se para o Brasil em 1950, fixando-se em Judiaí, São Paulo. Foi convidado pelo pintor argentino Osvaldo Navarro a fazer parte do núcleo artístico do Atelier Cooperativa Politone, na Vila Mariana, São Paulo, em 1951. Visita em Salvador, em 1953, onde conhece diversos artistas, como Mário Cravo Júnior, Rubens Valentin, Caribè, Jenner Augusto e Mirabeau Sampaio, o crítico Wilson Rocha e o cantor e compositor Dorival Caymmi. Participou da equipe de cenógrafos do Balé do IV Centenário de São Paulo em 1954 e executa cenários para balés e peças teatrais para Rugero Giacobbi e Aldo Cravo. Instala-se em Ibiúna, SP, onde pintou e trabalhou com os madeireiros, que na época tinham na madeira sua principal fonte de economia, no ano de 1957. Na década de 1960 conhece o seu primeiro marchand, Américo Reisfield, que após cessar suas atividades foi sucedido por Josef Bar-Tzion, que passou a representá-lo em exposições internacionais, cada vez mais frequentes. Em 1979 é contratado para pintar um cenário 8 x 11m para o teatro de Rovigo, na Itália. Recebeu o Prêmio Quadrivio de Pintura, na Itália. Em 1997 lança o livro La Visione Incantata, simultaneamente no Brasil e na Europa. Ao longo dos anos 2000 lança outros livros, lançados na Europa e no Brasil além de realizar trabalhos de ilustração. Em 2008 é lançado o documentário Inos, sobre sua vida artística e pessoal.

Realizou diversas mostras individuais, no Brasil e no exterior, entre as quais as seguintes:

1953 – Galeria Oxumaré, Salvador, BA; e Galeria Projet, São Paulo, SP.

1969 – Galeria D’Hautbarr, Nova York, EUA.

1975 – Galeria Debret, Paris, França.

1977 – Galeria de Arte André, São Paulo, SP.

1982 – Galeria Steigen-Berger, Berlim, Alemanha.

1987 – Galeria de Arte André, São Paulo, SP.

Participou de várias exposições coletivas, como as que se seguem: 

1952 – II Salão Paulista de Arte Moderna, São Paulo, SP.

1953 – Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, RJ.

1975 – Salão Internacional Paris Sud, Paris, Prêmio internacional Paris Sud.

1987 – Montreaux – Creation 85, Suíça.

2001 – Galeria de Arte André, São Paulo, SP.

2002 – Exposição Paisagens do Imaginário, na Galeria de Arte André, São Paulo, SP.

2004 – 50 anos de pintura, Hotel Intercontinental, São Paulo, SP.

Algumas obras atribuídas

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